Uso do Solo e a Conferência da Governança do Solo

            O solo é um recurso natural que recebe pouca atenção da sociedade, embora seja extremamente importante para a nossa vida; pisamos nele, respiramos graças a ele, nos alimentamos em virtude do que nele é plantado, bem como nossa vida gira em torno do solo, um dos principais constituintes de importância para todos os tipos de vida que na Terra habitam.

            Esse recurso é formado pela lenta decomposição das rochas, chuvas e vento, demorando muito para cria-lo. Conta-se que levam 10 mil anos para criar 10 centímetros férteis de solo, que se tronará habitat de plantas, animais e micro-organismos. O problema é que o desgastamos rapidamente e podemos acabar com ele em questões de segundos. O mesmo que ocorre com a água e os recursos vegetais.

            O que protege a terra são as plantas, mais especificamente as árvores, pois suas raízes permitem um solo bem desenvolvido e fértil, bem como mais difícil de se degradar. Infelizmente, por dia, quilométricos hectares são devastados e a agricultura de monocultivos toma lugar. Após isso, o solo deixado para trás nem sequer é recuperado.

            Muitos solos são selados, tornando-os impossíveis de representar a vida ou qualquer aspecto que nele possa surgir. Quando asfaltados e construídos os edifícios, casas e comércios perdemos basicamente as suas características, deixando-o distante de nossa realidade. Quase ninguém, ao caminhar pela rua imagina o que está abaixo das calçadas e ruas onde pisam nossos sapatos. É um recurso finito e o governo e grandes capitalistas já notaram isso e já estão garantindo suas propriedades de terras, cercando-as deixando muitas pessoas e famílias desamparadas. Sem alternativas essas pessoas acabam desmatando florestas, porque necessitam elas para sobreviverem, enquanto uns tem longas posses de pedaços de terra.

            A problemática do solo não nos é pertinente, menos aos políticos, já que as prateleiras dos mercados sempre estão cheias e tudo parece normal. O mesmo aconteceu com a água, todo mundo via a água em suas torneiras e nunca imaginaria que ocorreria o que ocorreu com o Sistema Cantareira ou em outros estados do Sudeste

No dia 25/03 até dia 27/03/2015 iniciou em Brasília a Conferência Governança do Solo organizado pelo TCU. Durante a abertura da conferência, o palestrante o representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic disse que hoje a conservação do solo é uma preocupação global e por isso a Organização das Nações Unidas decidiu dedicar o ano de 2015 para o debate desse tema. "Precisamos refletir sobre a situação dos solos. Sem dúvida, sem uma boa conservação do solo não há como erradicar a fome, já que dele dependemos para garantir a produção de alimentos". E completou: "O mundo sempre está de olho nas boas práticas de conservação que o país tem adotado. O plantio direto é um excelente exemplo de iniciativa”.

A CONFERÊNCIA DA GOVERNANÇA DO SOLO

            Conforme cedido na internet, pela FAO,  o presidente do TCU, Arnoldo Cedraz, afirmou que o Ano Internacional dos Solos vai permitir que o país avance no debate e ainda mais busca por medidas que garantam a preservação desse recurso natural. Salientou também que a partir das discussões da Conferência, o Tribunal poderá emitir recomendações para que o Brasil aprimore as políticas de governo e implemente uma agenda sustentável de boas práticas no sentido de preservar os solos. "O solo é um recurso fundamental para a vida".

            Ainda foi mencionado o Programa ABC, uma iniciativa para a capacitação e incentivos financeiros aos produtores rurais para adotarem técnicas de uma agricultura sustentável.

    O diretor da FAO, Moujahed Achouri, ressaltou a importância do Ano Internacional dos Solos para o mundo e também para a garantia da segurança alimentar.  "Os solos são a base para a produção de alimentos saudáveis e também para combater as mudanças climáticas. Mas, é importante dizer que os solos não são um recurso infinito, e por isso, é muito importante preservá-los". 32% do solo do mundo está degradado, necessitam medidas mais urgentes no caso. Hoje 108 países, segunda a FAO, estão fazendo projetos sobre os solos.